FILMES MUITO LOUCOS
Exceto pelos filmes de Shirley Temple, Rin-Tin-Tin e, possivelmente, Xuxa, o cinema sempre foi o veículo por excelência dos transtornos mentais – cognitivos, psicóticos, dissociativos, sexuais, sem falar nos transtornos relacionados a substâncias (álcool, anfetaminas, alucinógenos, opióides) e outros que tiram o personagem da “norma” e o tornam tão atraente (ou assustador) para a platéia.
Mas, não sendo o cinema uma ciência exata, como saber se, por exemplo, Norman Bates, o protagonista de Psicose, é um psicopata ou uma vítima de transtorno de identidade? Como identificar as inúmeras parafilias exploradas em filmes como Lolita, Janela indiscreta e Tudo que você sempre quis saber sobre sexo? E como classificar o comportamento de Glenn Close em Atração fatal? (Uma dica: ela era borderline.)
Neste surpreendente Cinema e loucura – Conhecendo os transtornos mentais através dos filmes1, os professores Jesus Landeira-Fernandez (PUC-Rio e UNESA) e Elie Cheniaux (UERJ e UFRJ) propuseram-se uma tarefa pioneira: usar personagens de 184 filmes clássicos e modernos, inclusive brasileiros, para ensinar ao leitor o mecanismo desses desvios que conduzem a tantos sofrimentos concretos.
Pela primeira vez, os filmes de Alfred Hitchcock, Billy Wilder, Woody Allen, Stanley Kubrick, Martin Scorsese, Roman Polanski e outros grandes diretores são analisados à luz – ou às trevas – das doenças mentais. Agora você vai saber por que nós somos loucos por eles.
REFERÊNCIA
Landeira-Fernandez J, Cheniaux E. Cinema e loucura: conhecendo os transtornos mentais através dos filmes. Porto Alegre: 1. Artmed; 2010.
Por Ruy Castro