Unidades de observação para a insuficiência cardíaca podem reduzir internações desnecessárias

Há alguns anos, quando os hospitais brasileiros importaram o conceito de unidades de dor torácica (UDT), houve uma preocupação maior em atribuir um título de “UDT” a um ou mais leitos ao invés de adaptar protocolos de investigação e tratamento, por conta de um entendimento muitas vezes equivocado dos objetivos desse conceito, que não depende de espaço físico, mas de processos. As unidades de observação (e não apenas as unidades de dor torácica) surgiram como uma solução viável para problemas enfrentados nos hospitais americanos: falta de leitos, custos crescentes, restrições de capacidade nas emergências e um movimento a favor de uma maior confiança nos serviços de atendimento ambulatorial pelos sistemas Medicare, Medicaid entre outros [1], [2], [9].
No conceito original das unidades observacionais, os pacientes são admitidos nessas unidades para testes e observação por um período mínimo de 8 horas e máximo de 48 horas. Embora possam estar situados em qualquer parte do hospital e permitir o uso de qualquer leito como “unidade virtual”, tradicionalmente situam-se adjacentes ao setor de emergência como uma extensão da responsabilidade da equipe dessa unidade. Esse conceito se ajustou bem para as unidades de dor torácica porque esses pacientes eram internados, monitorados e muitas vezes anticoagulados nas unidades coronarianas, ainda que a investigação resultasse no diagnóstico de uma simples dispepsia. Embora pareça um absurdo, ainda acontece em muitos hospitais brasileiros. Esse conceito permitiu um uso mais eficiente dos recursos hospitalares na estratificação de risco, pois mesmo que fosse diagnosticada uma insuficiência coronariana, esta poderia ser tratada sem internação na unidade coronária nos pacientes de baixo risco.
A ideia central das unidades era minimizar o erro, reduzir tempos de hospitalização e evitar expor pacientes de baixo risco a procedimentos de alta complexidade, utilizando-se de princípios que visam garantir a segurança do paciente e da equipe (Quadro 1). Estudos de caráter financeiro comprovaram o menor custo e o menor tempo de internação.

Princípios norteadores das unidades observacionais

Princípios norteadores das unidades observacionais

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