Sessão Eletrocardiográfica nº 3

 

A respostas das 4 indagações do caso 6 será dada em conjunto: a principal alteração do traçado diz respeito à aberrância observada em determinados complexos QRS, situados nas derivações D3, V3, V4 e V6, caracterizada pela presença de um abaulamento inicial do complexo, em caráter intermitente, denominado ONDA DELTA, associada, nesses complexos, a  um espaço PR CURTO e à inversão assimétrica da ONDA T, a repolarização ventricular.

Tais achados correspondem ao que observamos comumente nas SÍNDROMES DE PRÉ-EXCITAÇÃO, quando se manifestam pelo feixe anômalo de Kent, sendo passíveis de desencadear taquiarritmias, geralmente supraventriculares , por fenômeno de reentrada, configurando, então, a SÍNDROME DE WOLFF-PARKINSON –WHITE.

Portanto, a pergunta que devemos fazer ao paciente, que irá se submeter a procedimento cirúrgico, é se em algum momento de sua vida já referiu palpitações súbitas, ou quadros de tonteiras ou crises sincopais, pois, em caso positivo, deverá seguir tratamento farmacológico de profilaxia com betabloqueador ou amiodarona orais e, em caso de recidivas sintomáticas frequentes, submetê-lo a um teste eletrofisiológico, com posterior avaliação da possibilidade de procedimento cirúrgico, com a realização de ABLAÇÃO POR RADIOFREQUÊNCIA .

No caso em questão, o paciente não referiu qualquer sintomatologia prévia, sendo então tratado profilaticamente com betabloqueador e realizado a cirurgia sem intercorrências.

 

CASO Nº 7

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Trata-se de um paciente de 79 anos,  sintomático do ponto de vista cardiológico, pois apresentava palpitações associadas à típica precordialgia, exacerbada  aos esforços.

A atenta observação do ECG nos explica a integridade do caso: o ritmo é de FLUTTER ATRIAL COM BLOQUEIO AV VARIÁVEL, já que existem diferentes espaços R-R e, entre eles, são observadas clássicas ONDAS  F NEGATIVAS, com frequência atrial de aproximadamente 300bpm, em regularidade. Esse achado equivale ao que se encontra, do ponto de vista hemodinâmico, na fibrilação atrial, onde, como sabemos, o débito cardíaco é reduzido em cerce de 30%, pela perda do débito atrial.

A sintomatologia do paciente, no caso, deve-se ao fato de que ele apresenta sinais eletrocardiográficos conclusivos de cardiopatia isquêmica, com ÁREA INATIVA INFERIOR, PROVÁVEL ÁREA INATIVA  ÂNTERO-SEPTAL e ISQUEMIA SUB-EPICÁRDICA ANTERIOR E LATERAL. Devemos observar os complexos QS entalhados – em  “ W “ – na parede inferior, a imagem de QS – com r embrionário – de V1 a V3, com ST abobadado e onda T invertida e simétrica, que ocorre também de V4 a V6, onde, no entanto, não vemos a ausência do primeiro vetor, com formação de onda R inicial.

Por se tratar de  paciente idoso, devemos supor que seja um paciente coronariano crônico, com diferentes estágios de sua doença isquêmica, que apresenta a arritmia já como complicação comum da cardiomiopatia.

 

CASO Nº 8

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Trata-se de paciente de 61 anos, não sintomático, em acompanhamento ambulatorial de rotina, para tratamento de cardiomiopatia isquêmica.

O  ECG é igualmente conclusivo: mostra um miocárdio gravemente comprometido, o que constatamos pelo ritmo bradicárdico, embora esteja provavelmente em uso de substância betabloqueadora, mas com sinais clássicos de doença arterial coronária, como ÁREAS INATIVAS POR INFARTO DO MIOCÁRDIO INFERIOR E ANTERIOR, com IMPORTANTE COMPROMETIMENTO ISQUÊMICO SUB-EPICÁRDICO LATERAL ALTO. A característica do infarto é TRANSMURAL, pois os complexos QRS das paredes anterior e inferior mostram ausência total de qualquer deflexão positiva – QS, com ST abobadado e T invertido e simétrico .

O paciente deverá ser mantido em observação frequente, para que detectemos, quando ocorrerem, os sinais indicativos de insuficiência cardíaca, sendo assim possibilitado o tratamento, quanto mais precocemente possível, da cardiomiopatia isquêmica congestiva.

 

CASO Nº 9 – TESTE

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Paciente de 61 anos, masculino, com grave ICC, internado em dispneia e anasarca.

Perguntamos:

  1. Quais as principais anomalias eletrocardiográficas observadas?
  2. Considerando as alterações, quais as prováveis hipóteses diagnósticas?
  3. Qual a explicação para as aberrantes alterações da onda T na parede anterior?

Aí está nosso teste da semana. Um grande abraço a todos. No próxima semana daremos as respostas.

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