Sandor Marái
Companhia das Letras
Sandor Marái nasceu em 1900, no Império Austro-Húngaro. Profundamente anti-fascista, sobreviveu às guerras, mas a perseguição do regime comunista em seu país fez com que se exilasse. Suicidou-se em San Diego, em 1989. As brasas, com primeira edição de 1942, permaneceu censurado na Hungria até 1900.
No livro, um general e seu amigo inseparável na infância e juventude se reencontram após 41 anos de uma separação abrupta e inexplicável. Entre eles, o fantasma de uma mulher, Kriztina. O duelo entre os dois amigos é travado com uma perigosa arma: a palavra. A memória do general e o encontro colocam em pauta a amizade, a culpa, o amor, o envelhecimento, o sentido da vida.
“As perguntas mais importantes sempre terminamos respondendo com nossa vida. O que dizemos nesse meio termo não tem importância, nem os termos e os argumentos com que nos defendemos. No final de tudo, é com os fatos de nossa vida que respondemos às indagações que o mundo nos faz com tanta insistência. E que são estas: Quem você é?…O que queria de verdade?… O que sabia de verdade?…A quê e a quem foi fiel ou infiel?… Com quem ou com o quê se mostrou corajoso ou covarde?…São essas as perguntas capitais. E cada um responde como pode, com sinceridade ou mentindo. O que importa é que no final cada um responde com a própria vida.”
As brasas está entre os melhores livros que li na vida. Fui apresentada ao autor por uma grande amiga e desde então já li todos os livros traduzidos para o português – todos ótimos. Já li e reli As brasas umas 4 vezes e já dei mais de dez para amigos – grandes amigos. Por quê? Talvez porque as mesmas palavras que podem ferir como brasas também possam nos unir com alguma forma de encanto.
Por Dra. Ana Mallet