Uma das mais polêmicas discussões na sala de hemodinâmica é aquela sobre a abertura de artérias não relacionadas ao infarto do miocárdio durante o procedimento de abertura do vaso ocluído. Pelo menos com relação à dilatação de artérias não culpadas em pacientes com choque cardiogênico o estudo CULPRIT-SHOCK parece que veio trazer uma resposta bem consistente. Comparando de modo randomizado 706 pacientes com doença multiarterial, infarto agudo do miocárdio e choque cardiogênico os autores encontraram que os pacientes submetidos apenas à dilatação da artéria culpada tiveram menores taxas de morte/insuficiência renal aguda grave do que aqueles que fizeram a dilatação imediata de múltiplos vasos. Entre as possíveis explicações para o prognóstico adverso do procedimento que leva à revascularização mais completa figuram o maior uso do contraste iodado e o maior tempo total de procedimento impedindo o adequado tratamento do choque em um ambiente de terapia intensiva avançado.