Dia Mundial do Coração

No Dia Mundial do Coração ainda são poucos os motivos para comemorar os avanços contra a principal causa de morte no País.

As doenças do coração vitimam 17,3 milhões de pessoas ao redor do mundo todos os anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Somente no Brasil são 300 mil. No Dia Mundial do Coração, lembrado em 29 de setembro, pouco se pode comemorar pelos avanços no combate aos problemas cardiovasculares, que ostentam há tempos a primeira posição entre as doenças que mais matam no país. Ainda que especialistas salientem a importância do controle do colesterol, da hipertensão e da necessidade de manter atividades físicas regulares para afastar os riscos de infarto, a maior parte dos brasileiros negligencia esses aspectos da saúde.

Segundo a OMS, 80% dos casos de ataques cardíacos e infartos prematuros podem ser evitados se ações preventivas forem adotadas. “Pressão alta, diabetes e colesterol altos, obstrução das artérias e dos vasos e a insuficiência cardíaca são alguns dos fatores de risco que devem ser tratados para evitar episódios de infarto ou AVC”, alerta a presidente da Sociedade de Cardiologia do Rio, Gláucia Maria Moraes de Oliveira, acrescentando que a consulta regular ao médico e os exames de rotina são importantes para diagnosticar esses problemas o quanto antes. “Essas doenças são silenciosas, ou seja, nem sempre apresentam sintomas”, ressalta a médica.

A obesidade tem ganhado destaque como vilã da saúde cardiovascular. A mais recente pesquisa sobre o tema, divulgada pela Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), mostrou pela primeira vez que o número de obesos no país já atingiu mais da metade da população (51%). Mulheres lideram a luta contra a balança. A obesidade nelas corresponde a 18,2%, enquanto neles o número é de 16,5%. O excesso de peso entre as crianças também preocupa: entre os pequenos, de 5 a 9 anos, 35% dos meninos e 32% das meninas estão acima do peso. “Grande parte da obesidade infantil está ligada à educação alimentar dos pais. É comum que uma criança obesa tenha um dos pais acima do peso também. Além de incentivar a prática de esporte, é necessário que pais e professores valorizem a importância da boa alimentação desde cedo”, reforça a presidente da Socerj.

Na lista de inimigos do coração ainda figuram a hipertensão, o diabetes e o colesterol. A pressão alta danifica vasos e artérias e é um dos principais fatores de risco que   apresentar sintomas. Cerca de 50% dos brasileiros acima dos 65 anos sofrem do mal, que também afeta 5% das crianças e adolescentes. O colesterol também ganha lugar de destaque nos riscos de doenças cardiovasculares. De acordo com o Ministério da Saúde, a doença afeta 77 milhões de pessoas. “É importante estar atento às taxas de LDL (colesterol ruim) e HDL (bom colesterol). O aumento do mau colesterol e a diminuição do bom colesterol podem provocar problemas de saúde a médio prazo”, afirma Gláucia. O diabetes também é outro fator que congestiona a circulação e causa danos à parede dos vasos. “O tipo 2 da doença é o mais comum. Apesar de não ter cura, contudo, é possível controlar a doença com medicamentos e mantendo hábitos saudáveis”, esclarece a médica.

Confira algumas dicas da Presidente da SOCERJ, Dra. Gláucia Maria Moraes de Oliveira, para manter a saúde do coração:

– Alimente-se bem: a gordura é um dos principais vilões do coração. Para manter uma alimentação saudável é preciso moderação. Nada é proibido, mas especialistas pedem cautela na hora de comer e indicam as preferências. “Prefira carnes brancas, leite desnatado e queijos com baixa caloria e pouca gordura. Capriche também nas verduras e legumes”.

– Faça exercícios físicos: o sedentarismo é um dos principais inimigos da saúde cardiovascular. “No mínimo 30 minutos de atividade física regular durante quatro ou cinco dias na semana já ajuda a reduzir significativamente o número de óbitos. Os exercícios do tipo aeróbicos, como caminhada, natação e corrida são sempre boas opções”.

– Abandone o cigarro: o tabagismo é um dos mais conhecidos fatores de risco das doenças cardiovasculares. O cigarro causa contração e obstrução dos vasos sanguíneos. O risco de um fumante sofrer um infarto é três vezes maior quando comparado a pessoas que nunca fumaram.

Informe-se: o conhecimento é um passo importante para a prevenção. Converse com o médico e aprenda mais sobre saúde cardiovascular. Esclarecer as dúvidas ajuda muito na hora de evitar os fatores de risco.

 

Por Pedro Henrique Sant’Anna

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