Caminhada em Copacabana alerta para a importância da doação de órgãos

Há três anos, José Osmar de Souza ganhou uma vida nova ao receber um coração por meio de um transplante realizado no Instituto Nacional de Cardiologia. Diagnosticado com insuficiência cardíaca por conta de uma doença de Chagas, ele viveu durante anos com dificuldades para executar suas tarefas cotidianas por conta da doença. Foi aposentado do emprego de zelador e a simples tarefa de sair de casa já não era mais possível diante dos 72 graus que tinha de subir e descer na Rocinha, onde mora. Hoje, com o novo coração José Osmar, que é casado e pai de três filhos se tornou maratonista, participa de corridas com percursos de mais de 10 km e passa pelos degraus da Rocinha com tranquilidade. “Sou muito grato à família que me doou o coração. Se não fosse por eles, não estaria aqui hoje”, lembra.

A história do transplantado serve de exemplo para conscientizar a população quanto à importância da doação de órgãos. Com esse objetivo, o INC (Instituto Nacional de Cardiologia), em parceria com a Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (SOCERJ), a Rede D’or e a Equipe de Jiu-Jitsu Luiz Carlos Fonseca, realizou no dia 27 de setembro, data em que é comemorado o Dia Nacional de Doação de Órgãos, uma caminhada na orla de Copacabana. Com a presença de pacientes transplantados do Instituto, acompanhados por familiares e pela equipe do Serviço de Transplantes do INC, foram distribuídos durante a caminhada, panfletos informativos sobre a doação de órgãos e esclarecidas dúvidas de transeuntes sobre o assunto.

A mobilização feita com a caminhada chama a atenção para um quadro alarmante. O número de transplantes em 2015 no Rio de Janeiro está ainda, abaixo do necessário e, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a dificuldade ocorre muitas vezes por recusa familiar, cujo índice já passa de 40% no Brasil.

“No ano passado fizemos mais transplantes de coração do que este ano. Já estamos em setembro e dá para ver que a situação piorou muito. Ainda não registramos no INC metade das cirurgias que esperávamos para 2015. Precisamos de ajuda para reverter esse quadro”, faz o apelo a médica Jacqueline Miranda, coordenadora do setor de Insuficiência Cardíaca e Transplantes do Instituto Nacional de Cardiologia. O hospital é o único no estado do Rio a realizar o procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS / Ministério da Saúde).

Além da recusa familiar, há ainda fatores clínicos que também dificultam a realização de transplantes e impedem que pacientes da fila na espera por um coração tenham a possibilidade de uma vida nova como teve José Osmar. Durante a caminhada, Janete Leal, acompanhada pelo filho Rafael Leal alertava para a importância da causa após perder o marido, há dez meses, que faleceu na espera pelo órgão. “Hoje estamos aqui para trazer essa mensagem e alertar a população sobre a importância desta causa tão nobre, que merece conscientização por parte de todos”.
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