Vários estudos já abordaram o tema de benefícios cardiovasculares para portadores de animais de estimação, principalmente cães e gatos. Já foram apontados efeitos benéficos no aumento da atividade física, no pefil lipídico, nos níveis de pressão arterial e no tônus autonômico, diminuição do estresse e melhora na sobrevida em pacientes que apresentaram síndrome coronariana aguda.
Esse assunto também já foi por diversas vezes divulgado na imprensa em várias partes do mundo, e foi tema de encontro recente do “National Institute of Health”. Em virtude desses dados, as associações “American Heart Association” e “American College of Cardiology” consideraram a necessidade de realizar um documento com compilação de dados sobre o assunto e de se posicionarem em relação a este. Foi publicado em suas respectivas revistas um “Statement” sobre esse tema em maio de 2013, onde são enumerados vários estudos que corroboram esses efeitos benéficos. Porém, chama-se a atenção sobre a falta de estudos randomizados e com grande número de pacientes e possíveis vieses metodológicos em muitos desses estudos. Diminui-se portanto o nível de evidência desses dados.
O documento concluiu que ter um animal de estimação, particularmente cachorro, provavelmente reduz o risco cardiovascular; portanto o indivíduo que tem a intenção de possuir um animal de estimação possivelmente obterá esse benefício. Porém, não recomenda-se que a aquisição de um animal de estimação com esse objetivo. Também elucida-se o fato dos benefícios relatados provavelmente estarem associados a hábitos saudáveis que em geral adota-se quando se tem um cachorro. Ou seja, o simples fato de adquirir um animal de estimação não determina a diminuição do risco cardiovascular, e sim a adoção de hábitos saudáveis de vida associados a essa escolha
Por Dra. Aurora Issa.
Cardiologista