Angioplastia

O que é angioplastia com balão?

A angioplastia coronariana é um procedimento introduzido em 1978, destinado a aliviar o estreitamento das artérias que irrigam o músculo cardíaco (coronárias) provocado pelo crescimento de depósitos gordurosos, as chamadas placas de aterosclerose.

Consiste em introduzir um fino tubo de material plástico (cateter) dotado de um balonete em sua ponta através de uma artéria do braço ou virilha e posicioná-lo no local da obstrução nas artérias coronárias, utilizando-se raios-X com injeção de contraste iodado. O balonete é insuflado uma ou mais vezes, “espremendo” a placa contra a parede do vaso permitindo reduzir consideravelmente o bloqueio à passagem do sangue. Quando bem sucedido, o procedimento leva ao desaparecimento ou melhora significativa da dor no peito (angina) e reduz o risco de um infarto do miocárdio, sem a necessidade de uma cirurgia de revascularização miocárdica. Cada vez mais têm se recorrido à colocação de “stents” para assegurar a persistência de uma boa abertura do local dilatado e impedir o reestreitamento do vaso naquele ponto. Os “stents” são pequenas molas ou cilindros ocos de aço inoxidável trançado e expansível, inseridos exatamente no local da dilatação por balão, que estabilizam o local dilatado, mantendo-o aberto.

 

Quando indicamos a angioplastia?

Em casos de angina instável, situação em que o paciente tem dor e isquemia em repouso, rebelde às medidas iniciais de controle clínico, uma coronariografia pode revelar uma ou mais lesões responsáveis pelo mal, com certas características que as tornam adequadas à pronta inserção de um cateter-balão. O alívio é rápido e o resultado a curto e médio prazo costuma ser muito bom, uma vez superado o risco de oclusão aguda.

Os pacientes portadores de angina estável ou de recente início, com apenas um ou dois estreitamentos arteriais identificados à cinecoronariografia, podem submeter-se a angioplastia com bons resultados a médio para longo prazo.

Os principais obstáculos à realização de uma angioplastia são o tipo de lesão abordada e a experiência da equipe. Uma placa de aterosclerose extensa, cheia de cálcio, ou localizada numa acentuada curvatura do vaso, pode traduzir um fraco resultado pós-dilatação e até mesmo produzir complicações se manipulada. Uma equipe pouco experiente no procedimento também pode exibir maus resultados. Na ausência destas duas limitações, os resultados costumam ser favoráveis.

 

Quais as complicações da angioplastia?

A mais séria complicação da ATPC é a oclusão aguda da artéria coronariana dilatada nas primeiras horas após o procedimento, o que pode ocorrer em até 5% dos casos devido a descolamento (dissecção) da camada mais interna da artéria, coagulação do sangue no local (trombose) e constrição do segmento dilatado (espasmo). Os antiplaquetários e anticoagulantes são medicamentos frequentemente utilizados para minimizar estas complicações. O espasmo pode também ser revenido por medicação específica, como os nitratos e bloqueadores dos canais de cálcio.

No caso de uma oclusão aguda da artéria que foi submetida à angioplastia, o paciente é encaminhado imediatamente ao laboratório de hemodinâmica e colocação de “stent”. Alguns podem necessitar de cirurgia de revascularização miocárdica de emergência, um procedimento cuja mortalidade excede em 2 a 3 vezes aquela esperada para um procedimento rotineiro de revascularização miocárdica. De modo geral, a mortalidade da angioplastia é de apenas 0.5%, o risco de um infarto do miocárdio durante o procedimento é de 1 a 2%, e o risco de uma cirurgia de urgência é também 1 a 2%.

 

Como é a recuperação após uma angioplastia?

O procedimento é realizado na sala de cateterismo cardíaco sob anestesia local e dura em média 30-60 minutos, podendo estender-se de acordo com a situação apresentada. Em procedimentos não emergenciais (eletivos) os pacientes recebem alta no dia seguinte, com a recomendação de evitar exercícios vigorosos ou levantar pesos acima de 10 kg nas primeiras 2 semanas da angioplastia. Em 2 a 3 dias o trabalho e a atividade sexual podem ser retomados.

 

Quais os resultados em longo prazo da angioplastia?

Os benefícios de longo prazo dependem do tempo em que as artérias dilatadas permanecem abertas. Em cerca de 30 a 40% dos casos um ou mais vasos dilatados por angioplastia podem sofrer reestenose, ou seja, reestreitar num período de até seis meses (os três primeiros meses são os mais críticos) exigindo a repetição do procedimento. Comumente, procede-se à execução de um teste de esforço no terceiro mês após a angioplastia, mesmo que o paciente nada sinta, com o objetivo de detectar a reestenose. Quando o resultado do teste ergométrico sugere apenas uma reestenose pouco importante, o paciente pode ser controlado por medicamentos. Uma segunda ou terceira angioplastia da mesma região previamente dilatada apresenta os mesmos risco e benefícios que o procedimento original. Às vezes, ao invés de nova angioplastia, pode ser preferível realizar uma cirurgia de revascularização.

O “stent”, uma estrutura de aço inoxidável em forma de mola ou cilindro trançado, implantada mediante o uso de um cateter, imediatamente após a dilatação da placa aterosclerótica por balão, ajuda a evitar a reeestenose e tem sido, até o momento, a única abordagem comprovadamente capaz de evitar o reestreitamento do vaso. A contrapartida é um pequeno aumento no risco de sangramento e necessidade de transfusões de sangue durante a permanência no hospital. A indicação para o uso de “stents” depende do tipo de placa a ser dilatada, da localização e extensão desta placa, da magnitude da dilatação obtida pelo balão e do risco de oclusão aguda do vaso.

O que esperar após o procedimento

  • Você terá um grande curativo no local onde o cateter foi inserido.
  • Se o local de inserção está à sua virilha, você vai precisa manter a perna reta para poucas horas.
  • Enfermeiros irão verificar a sua taxa de coração e sangue, pressão e verificar o local de inserção para verificar se existe sangramento.
  • Você pode começar a andar dentro de 12 a 24 horas.
  • Você provavelmente vai voltar para casa em um dia ou dois.

Uma vez que você está em casa:

  • Limpe o local de inserção com água e sabão duas vezes por dia, a menos que o seu médico lhe dá outras instruções. Outros produtos de limpeza, tal como água oxigenada, pode retardar cicatrização.
  • Verifique o local de inserção a cada dia para sinais de infecção: vermelhidão, inchaço, pus ou febre.
  • Você provavelmente será capaz de retornar às suas atividades normais em poucos dias.
  • Não fume. Fumar aumenta o risco de reestenose da artéria após a angioplastia ou colocação de stent.
  • Fique atento a todas as suas consultas de acompanhamento.
  • Angioplastia não é uma cura. Você ainda precisa ver seu médico e tomar os medicamentos.
  • Tome seus medicamentos como indicado. Se você tem um stent, você vai tomar medicamentos antiplaquetários para ajudar a prevenir outro ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral.
  • Você provavelmente vai tomar aspirina e outro medicamento antiplaquetário, tal como clopidogrel. Não pare estes medicamentos, a menos que você tenha verificado com o seu médico primeiro. Se você tem um stent farmacológico, você vai tomar ambos durante pelo menos um ano.
  • Se você tem um stent metálico convencional, você terá ambos os medicamentos durante pelo menos um mês, mas pode ser necessário estender até um ano. Então, provavelmente você vai tomar aspirina diária de longo prazo.

 

Ter um stent envolve algum risco?

Sim, há um risco de que no longo prazo estas complicações ocorram:

  • Um reestreitamento da artéria (reestenose).
  • A formação de um coágulo de sangue (trombo) no stent, que pode potencialmente bloquear o stent e causar um ataque cardíaco.
  • Durante o procedimento de colocação pode ocorrer arritmias cardíacas que podem pôr em risco a vida do paciente.
  • Todas essas complicações podem ter consequências graves, incluindo ataque cardíaco ou até a morte.

A tendência para a coagulação ao longo do tempo cada vez mais improvável, uma vez que o stent é revestido gradualmente as células que revestem a parede da artéria, passando a fazer parte dela.

 

Podem-se reduzir os riscos associados aos stents?

Sim Alguns stents incorporaram os medicamentos que previnem o estreitando das artérias (stents com eluição de drogas), e pode reduzir o risco de um novo estreitamento arterial.

Para reduzir o risco de formação de coágulos que podem ser usados, utilizam-se agentes anti-plaquetários. Recomenda-se geralmente após a colocação do stent. No entanto, só o médico pode decidir o tipo de stent é melhor para você.

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